Notícias Rápidas
Capa » Notícias » Brasil » Corrida pelo reajuste do FGTS na Justiça ainda não tem parecer favorável

Corrida pelo reajuste do FGTS na Justiça ainda não tem parecer favorável

Um assunto vem tomando conta das discussões entre trabalhadores nos últimos dias: a correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A desvalorização sofrida com a falta de aplicação de índices adequados de inflação nos últimos 14 anos motiva diversas ações na  Justiça.

Mas ainda não houve decisão definitiva do Judiciário sobre o assunto. Segundo o vice-presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região, juiz Rubens Clamer dos Santos Junior, não é conhecida jurisprudência (interpretação reiterada que os tribunais dão à lei) sobre o assunto.

– A questão é muito nova, ainda deve demorar. Mas é fato: as perdas são matemáticas, o trabalhador foi lesado. E o prejuízo é dobrado, devido às indenizações de 40% sobre o FGTS nas demissões sem justa causa. O valor é baseado no saldo do FGTS e terá de ser recalculado – salienta.

Se o reajuste também valer para as empresas, as multas em caso de demissão sem justa causa serão multiplicadas, implicando que os empregadores desembolsem valores altos. O caso é similar ao dos Planos Verão e Collor: após diversas ações, em 2000 o Supremo Tribunal Federal determinou reposição de 68,90% nas contas do FGTS existentes entre dezembro de 1988 e abril de 1990.

No Estado, a Central Única dos Trabalhadores ajuizou ação coletiva que reúne mais de 2,5 milhões de pessoas. Porém, a advogada Daniela Bohrer, de Porto Alegre, opta pela cautela:

– Estou recebendo procurações de clientes, mas vou aguardar que os tribunais se manifestem positivamente a respeito disso. Se o trabalhador perde essa ação, fica impedido de pedir o mesmo direito de novo.

A advogada Adriana Pinton Feodrippe de Sousa, de São Paulo, aponta como estopim dessa série de processos uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de cerca de um ano e meio atrás. A resolução considerava que a TR, índice usado para corrigir o Fundo desde 1991, não serve para a correção de precatórios (dívidas do poder público resultantes de ações judiciais), pois não representa o índice de inflação. A ONG Instituto FGTS Fácil calcula que os trabalhadores perderam R$ 128 bilhões de 2003 a 2013 com a troca da TR pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no país, nos últimos 10 anos.

Tenho de entrar na Justiça para ter direito à correção?
■ Sim, é necessário. É possível fazer isso contratando um advogado ou entrando em contato com o sindicato da sua categoria, que pode entrar com uma ação coletiva (e deixar os seus custos
menores)

É garantido que vou ganhar a correção?
■ Não. Até agora, nenhum trabalhador teve ganho definitivo de causa, ou seja, não se sabe de alguém que tenha de fato recebido a diferença sobre sua conta do FGTS, de acordo com os especialistas ouvidos pela reportagem

Qual o percentual de correção do saldo que eu posso conseguir?
■ Estima-se que fique entre 48% e 88%

Se eu já saquei meu FGTS para comprar um imóvel ou se já me aposentei, também posso pedir?
■ Pode. O pedido vale para todos os trabalhadores que têm ou tiveram carteira assinada entre os anos de 1999 e 2013

Vale para qual período?
■ A partir de 1999 até 2013

Se eu ganhar a ação, poderei sacar o FGTS imediatamente?
■ Não. É necessário respeitar as regras para saque, como aposentadoria e demissão. E se o advogado cobrou um percentual do ganho, você terá que desembolsar o valor

Compartilhar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Required fields are marked *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML:

Scroll To Top